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O bolsonarismo acabou? É hora de baixar a guarda?

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O bolsonarismo acabou? É hora de baixar a guarda?

Com a vitória eleitoral de Lula, muitos sindicatos relaxaram e “baixaram as armas” achando que o bolsonarismo acabou. Mas o bolsonarismo e o extremismo, que trouxeram tantas perdas para os trabalhadores, continuam contaminando as bases dos sindicatos porque adotam estratégias eficazes de comunicação. É hora de avançar contra o radicalismo e os sindicatos têm um papel essencial nessa disputa pelos rumos do Brasil, mas, para isso, será preciso inovar (e muito) nas estratégias de comunicação.

Bolsonarismo acabou

Lula tomou posse para seu terceiro mandato como presidente do Brasil, o bolsonarismo acabou sem a máquina governamental, os políticos abandonarão o extremismo, a velha mídia não atacará mais os sindicatos, as pessoas não irão espalhar mais fake news, os direitos trabalhistas serão rapidamente recuperados e a agora é só relaxar porque a vida será tranquila daqui pra frente…

Desculpe, mas a essa altura, você já deve ter percebido que nossa realidade está bem distante desse mar de flores. 

Isso porque o extremismo cresceu rapidamente no Brasil nos últimos anos e continuará sendo uma ameaça à Democracia e aos que lutam por direitos. E o bolsonarismo é a sua versão personalista e fanática, muito mais difícil de se combater.

Mas parece que muitos dirigentes “abaixaram as armas”, cancelando campanhas e reduzindo as ações de comunicação de suas entidades depois das eleições. 

Esses erros podem custar caro à classe trabalhadora!

 

Outros tempos

Lula governou entre 2003 e 2011, em uma época em que as redes sociais estavam nascendo e eram pouco usadas para fins políticos. O Facebook foi criado em 2004, o YouTube em 2005, o Twitter em 2006, o WhatsApp em 2009 e o Instagram em 2010.

Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos em 2010, aí, sim, com ações inovadoras nas redes sociais. 

O uso dessas tecnologias parecia promissor para as democracias do planeta, mas isso não durou muito. O bolsonarismo acabou com essa ilusão.

 

O bolsonarismo e o fascismo digital

A extrema-direita percebeu que poderia usar as plataformas digitais para crescer, espalhando mentiras e discursos de ódio em massa com muita rapidez. 

Assim, passaram a alcançar multidões que não tinham ligações políticas com grupos radicais. 

Essa é a base do bolsonarismo.

Eles entenderam que poderiam aplicar técnicas persuasivas de comunicação, como distorção de fatos, apelo emocional, retórica enganosa, criação de paranoias coletivas e uso de fontes questionáveis para influenciar as opiniões das pessoas, demonizando que não se alinha a eles. 

Com isso, conseguiram derrubar Dilma Rousseff em 2016, eleger Jair Bolsonaro como presidente em 2018 e quase reelegê-lo em 2022, mesmo depois de fazer um governo tão terrível.

Sem as redes sociais e plataformas digitais de comunicação, não existiria bolsonarismo e nem crescimento do fascismo. Eles profissionalizaram a comunicação:

  • Estratégia: O bolsonarismo foi muito mais eficaz na utilização de estratégias de propaganda e marketing digital, incluindo a criação de conteúdo atraente e compartilhável e a geração de tendências nas redes sociais.
  • Algoritmos: A extrema-direita soube aproveitar os algoritmos das redes sociais que tendem a favorecer conteúdo polêmico e controverso
  • Conteúdo atraente: O bolsonarismo foi mais eficaz na produção de conteúdo que atrai um público muito fiel e engajado, que compartilha e amplifica suas mensagens nas redes sociais achando que está sempre em uma guerra do “bem contra o mal”.
  • Investimento: A extrema-direita entendeu que a comunicação era prioridade e investiu em produção de conteúdo, publicidade e marketing digital, para ampliar sua presença nas plataformas digitais.
  • Comunidades: A extrema-direita tem construído fortes comunidades online, que são ativas e engajadas nas redes sociais. Essas comunidades são capazes de compartilhar rapidamente suas mensagens e amplificar seu alcance.

É por isso que, diferentemente de outros tempos, o novo governo Lula muito mais dificuldades para conseguir apoio da parcela da população que votou em Bolsonaro e conquistar altos níveis de popularidade, mesmo fazendo um ótimo governo. 

O mesmo acontecerá com os sindicatos que não encontrarem maneiras de se adaptar e competir nesse ambiente digital para ter uma presença significativa nas redes sociais e nas plataformas digitais. 

 

As esquerdas perderam o bonde

A extrema-direita se apropriou das redes e plataformas digitais e soube crescer em uma velocidade alucinante.

E as esquerdas? Meio que perderam o bonde.

Enquanto nossos familiares, colegas, amigos e vizinhos começaram a ser contaminados rapidamente pelo bolsonarismo, as esquerdas e os setores progressistas permaneceram a passos lentos no mundo digital.

A imensa maioria dos sindicatos, por exemplo, continuou investindo pouco (e mal) em comunicação e gastando muito com ações ineficazes.

Resultado: as bases de muitos sindicatos foram sendo capturadas pelo discurso fácil da extrema-direita. 

A maioria das entidades sindicais não soube (e ainda não sabe) como lidar com isso, o que é muito ruim porque enfraquece as lutas, desmobiliza os trabalhadores e joga parte das bases contra as próprias direções sindicais.

Em diversas categorias, o abismo no relacionamento entre sindicatos e suas bases só aumentou.

 

Vencemos, mas…

Foi muito difícil enfrentar essa máquina da extrema-direita e do bolsonarismo.

Na maior parte do tempo, os movimentos sociais e sindicais não conseguiram fazer o contraponto necessário, mesmo vendo suas bases se bolsonarizarem cada vez mais. Não focaram naquilo que era o mais importante: a comunicação.

Apesar de contar com um potencial enorme de articulação, a maioria das entidades sindicais não conseguiu construir uma resistência capaz de barrar o crescimento do extremismo e a perda de direitos.

Com isso, o bolsonarismo nadava de braçada. 

 

O movimento sindical poderia ter feito mais? 

Para derrotar Bolsonaro, era preciso massificar o debate dentro das categorias (para afastar a base dos discursos e conteúdos extremistas) e fora (para disputar a consciência da população). 

Por isso, aqui, na Abridor de Latas, construímos grandes campanhas para sindicatos que tiveram ousadia para fazer o enfrentamento contra o bolsonarismo em pautas muito sensíveis, como a defesa da educação e das universidades públicas, contra a privatização da Petrobras e de outras estatais, em defesa da ciência, dos serviços públicos e de muitas outras áreas que estavam sendo atacadas.

 

Ao mesmo tempo em que dialogávamos com os trabalhadores das bases das entidades, nosso objetivo era impactar o conjunto da sociedade. 

 

Assim, nossas campanhas que tiveram mais de 110 milhões de visualizações em materiais impactantes, com abordagens inovadoras.

 

Demos mais de 100 mil repostas em cerca de 500 mil comentários

 

Impactamos multidões, proporcionamos conscientização e entregamos conhecimento e reflexões com as quais as pessoas não estavam acostumadas (especialmente as que estavam em bolhas da extrema-direita).

 

No dia a dia, desbolsonarizamos as bases de muitos sindicatos, utilizando estratégias para quebrar barreiras e convencer trabalhadores radicalizados a abrir a mente para novas ideias.

 

O movimento sindical poderia (e deveria) ter feito de forma muito mais ampla.

 

O bolsonarismo acabou? Não? Mas vai acabar?

 

Bolsonaro foi derrotado nas eleições de 2022, mas o bolsonarismo não acabou. Pelo contrário, ele se consolidou como um movimento messiânico, fanático e violento que está profundamente solidificado na sociedade e continuará causando estragos no país.

 

Muitos de nossos amigos, parentes, colegas de trabalho e vizinhos continuam recebendo toneladas de conteúdos extremistas.

 

Quando as pessoas são mantidas em bolhas de radicalismo político e fake news, elas estão expostas a uma narrativa distorcida da realidade e a informações seletivas que confirmam suas crenças e preconceitos. 

 

Isso pode levar a um fechamento de mente e a uma recusa em considerar pontos de vista alternativos ou fatos que contradigam suas opiniões.

 

Além disso, as bolhas de extremismo político também podem levar a uma polarização crescente e a uma divisão cada vez mais profunda da sociedade. 

 

Tudo isso torna mais difícil o diálogo e a cooperação entre diferentes grupos sociais e prejudica a capacidade de resolver problemas coletivos de maneira efetiva.

 

Pior, o extremismo político pode levar a atitudes violentas e a ameaças à segurança e estabilidade da sociedade, como vimos nas tentativas de golpe em janeiro de 2022.

 

É preciso conter o fascismo e o bolsonarismo no país, a começar pelos trabalhadores das bases dos sindicatos.

 

O bolsonarimo não acabou. O que fazer?

 

Você viu que acreditar que o bolsonarismo acabou é um grande erro. Mas o que devemos fazer daqui para frente? 

Sem implementar processos inovadores de comunicação, dificilmente os sindicatos conseguirão reverter os prejuízos causados pelo extremismo em suas bases.

 

É por isso que os dirigentes sindicais precisam compreender que a comunicação sindical deve ir muito além do jornalismo, da distribuição de jornal e panfletos, ou do processo simples de postar algo em seu site ou em suas redes sociais.

 

Sem aliar ações diversificadas, que incluem marketing digital, publicidade e propaganda, gestão eficaz de redes para ampliar o alcance e o diálogo, abordagens ousadas, conteúdos estratégicos, materiais impactantes, inovações tecnológicas e uso avançado de plataformas digitais, o movimento sindical continuará patinando, com dificuldades de dialogar com suas bases e com a sociedade.

 

Se você acredita que o seu sindicato precisa dar esse novo passo, vamos conversar sobre isso. Clique no botão abaixo e fale com a gente.

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2 Replies to “O bolsonarismo acabou? É hora de baixar a guarda?”

Marcello Gomes Talavera

Muito interessante e instrutivo. Preciso aprender mais.

Abridor de Latas

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