“Ô, racinha…”
Quando alguém questiona se o povo brasileiro é preconceituoso que logo aparecem pessoas discordando. “Nós somos acolhedores, simpáticos e pacíficos”, alegam.
De fato, esse retrato do Brasil é bastante disseminado no imaginário social – principalmente em outros países.
Mas não é preciso muito esforço para constatarmos que há, sim, uma série de atitudes que humilham e estigmatizam diversos setores da sociedade. Existem discursos violentos tão arraigados que muitas pessoas nem conseguem percebê-los.
É isso que acontece quando alguém usa frases como “Ô, racinha…”, direcionada a pessoas de algum grupo social marginalizado e estigmatizado.
Esse tipo de expressão cria uma separação entre as pessoas, como fossem de raças diferentes somente por estarem em posições sociais antagônicas. É como se deixassem de ser membros de uma mesma espécie por isso.
É mais comum ver essa frase em manifestações de preconceito de classe, que atingem em cheio pessoas pobres ou em vulnerabilidade social.
Por ser vítima de representações desrespeitosas, acabam sendo interpretadas como as “culpadas” por vários problemas sociais, o que reforça o tipo de pensamento expresso na frase.
É desse jeito que o preconceito opera: os estereótipos guiam a interpretação das pessoas a ponto de elas só conseguirem enxergar o outro através de uma única lente. Mas nunca é tarde para desconstruir conceitos e parar de perpetuar violências de qualquer natureza, inclusive as simbólicas.
Esses preconceitos ainda existem mesmo na sociedade?
Por mais que seja negada a existência dos preconceitos, é necessário insistir: eles não só existem como estão arraigados em grande parte da população.
É uma questão de cultura que tem bases nas diferentes visões de mundo. Infelizmente, algumas são mais carregadas de preconceito do que outras.
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