A luta de classes existe ou não existe?
Tem gente que insiste em dizer que a luta de classes acabou com a queda do Muro de Berlim.
Esse movimento não é tão espontâneo quanto parece. As elites investem pesado para fazer a população pensar que patrão e trabalhador caminham na mesma direção, de mãos dadas.
Mas o perigo é que muitos trabalhadores acreditam nessa história.
Nós sabemos que há uma evidente disputa de interesses na sociedade.
Sabemos que, de um lado, existe a classe dominante, que detém os meios de produção e controla o sistema político, financeiro e midiático.
Também não é novidade que, do outro, estão os trabalhadores, que têm a sua força de trabalho e sua capacidade de mobilização coletiva.
Mas mesmo com tanta convicção, precisamos sempre reafirmar isso aos trabalhadores.
É aí que entram as responsabilidades do movimento sindical.
Porque quando a classe trabalhadora não consegue enxergar essas diferenças, as elites dilaceram os direitos e abocanham toda a riqueza produzida.
Para ajudar você na tarefa de mobilizar os trabalhadores, nós separamos 4 evidências de que a luta de classes existe:
1. A maioria dos políticos é fantoche dos patrões
A política institucional nunca foi simpática aos trabalhadores. Mas as coisas pioraram muito de uns anos para cá.
As eleições de 2018 aumentaram drasticamente o número de deputados e senadores que são representantes declarados da classe dominante. Mais de 270 dos 594 parlamentares do Congresso Nacional são empresários.
Essa bancada empresarial se mistura às bancadas do boi e da bala. O resultado? Um grande acordo para minar os direitos trabalhistas e sociais.
É fácil identificar como esses setores atuam contra a classe trabalhadora na prática.
Você sabia que um terço do texto da Reforma Trabalhista de 2017 foi redigido diretamente por lobistas ligados à indústria, aos bancos e ao setor dos transportes?
Como diz aquele ditado, “quem paga a festa escolhe a música”.
2. A grande mídia trabalha para as elites
“Se a Reforma da Previdência não for aprovada, o Brasil vai quebrar”, ficaram martelando insistentemente os principais veículos de comunicação da velha mídia desde o início de 2017.
Esse tipo de chantagem da grande mídia e das elites serve para tentar convencer a população de que medidas impopulares são necessárias, mesmo que sejam para acabar com direitos.
É por isso que tentam fazer o trabalhador esquecer que a luta de classes existe.
As corporações midiáticas, financeiras e empresariais atuam em sincronia. Elas atacam os trabalhadores para aprovar projetos que engordam suas contas.
Prova disso está na pesquisa da ONG Repórter Brasil que identificou que 100% das matérias do Jornal da Record foram favoráveis à aprovação da Reforma Trabalhista. Muito democrático, não?
Em outros veículos, os números também são de dar vergonha: O Globo defendeu a Reforma da Previdência em 90% dos seus conteúdos, o Estadão, em 87% e a Folha de S. Paulo, em 83%.
Como alguém em sã consciência pode dizer que isso não é um reflexo da luta de classes?
3. Seletividade penal e injustiça
A legislação penal do Brasil lista quase 1.700 condutas passíveis de punição. Mas aí entra a seletividade do sistema penal (que também prova que luta de classes existe).
Ela se baseia na ideia de que existe um “inimigo” a ser combatido, um segmento social que “mancha” o restante da população.
Pessoas pretas, pobres e da periferia, ou seja, os setores mais precarizados da classe trabalhadora, geralmente são punidos pelos pequenos delitos.
E são eles que mais lotam o falido sistema prisional brasileiro.
Enquanto isso, o crime do colarinho branco – aquele cometido por ricos e membros da elite, e que representam valores muito maiores – geralmente seguem impunes, dentro dos escritórios luxuosos e, às vezes, até nos gabinetes de políticos de todas as esferas.
Essa é mais uma evidência de que, na sociedade de classes, a neutralidade passa longe da Justiça.
4. Democratização da pobreza
Você já viu as estatísticas que demonstram que 1% da população do planeta detém a mesma riqueza dos 99% restantes?
Algumas pessoas tentam minimizar essa discrepância com argumentos sem pé nem cabeça para defender esse cenário absurdo.
“Eles trabalharam para isso”, dizem uns. “O ser humano é individualista por natureza”, justificam outros.
Mas, no fundo, sabemos que, na sociedade de classes, um dos objetivos da classe dominante é democratizar a pobreza (e nunca a riqueza!).
E ela consegue. As 62 pessoas mais ricas do mundo têm a mesma riqueza que a metade mais pobre da população global.
Se isso não é uma luta de classes, então o que é?
Você deve estar se perguntando: “Como abrir os olhos das pessoas que insistem em dizer que a luta de classes é coisa do século passado?”.
É, muitos trabalhadores caem nessa conversa de que somos todos iguais, que patrão e trabalhador devem caminhar juntos.
E é difícil desmontar essa ideologia, porque ela está presente em muitos espaços.
Só é possível combater esse pensamento raso com orientação, informação e muita didática.
Se a luta de classes existe, como vencer este jogo?
A comunicação sindical é fundamental para abrir os olhos do trabalhador e fazê-lo entender que a luta não pode parar.
Equipe Abridor de Latas Comunicação Sindical
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