“Bandido bom é bandido morto!”
Tem gente que defende a ideia de que “bandido bom é bandido morto”. Como se matar todos os suspeitos – ou mesmo condenados – fosse a solução para o problema da violência, que tanto atormenta os brasileiros.
A polícia brasileira é a que mais mata no mundo, segundo relatório da Anistia Internacional. E isso não tem contribuído para a resolução dessa questão. Ao contrário, membros da polícia foram autores de 15,6% dos homicídios cometidos no Brasil em 2014.
Segundo o Mapa da Violência 2015, a taxa de mortalidade por armas de fogo no Brasil – indicador que leva em conta o crescimento da população – ficou em 21,9 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2012. Essa taxa é a segunda mais alta já registrada pelo Mapa da Violência, menor apenas que a de 2003, que foi de 22,2 mortes para cada 100 mil habitantes. No caso dos homicídios praticados com armas de fogo, a taxa de mortalidade de 2012 (20,7) é a mais elevada desde 1980.
Se levarmos em conta os dados históricos de 1980 a 2010, conclui-se que a situação está longe de ser resolvida. Por mais que a população tenha crescido bastante nesse período, o aumento da violência foi muito maior.
O Mapa da Violência aponta que o número de homicídios passou de 13,9 mil em 1980 para 49,9 mil em 2010, um aumento de 259%. No mesmo período, em grupos de 100 mil habitantes, a taxa de homicídios passou de 11,7 em 1980 para 26,2 em 2010.
Isso tudo sem falar no quanto esse pensamento abre espaço para ações de justiceiros, que prendem, julgam e executam aqueles que considerassem culpados. Se formos por esse caminho, abriremos mão de toda e qualquer possibilidade de recuperação do ser humano.
E você, ainda acha que essa é a solução?
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