“Mas que programa de índio”
Às vezes, as pessoas usam expressões sem refletir sobre seu significado, sem pesar as injustiças que estão propagando. É o caso daquelas que estão entediadas com algum evento e reclamam, soltando a frase “mas que programa de índio”.
Essa é uma expressão que carrega 500 anos de preconceito.
Sua origem é um pouco obscura e incerta. A principal explicação é que ela foi elaborada com a ideia de que os povos indígenas são modestos e não se importam com conforto e sofisticação.
Inicialmente, a frase era utilizada para se referir a eventos e passeios simples, como fazer trilha, caminhar pela cidade ou tomar banho de cachoeira. Porém, com o passar do tempo, o significado da expressão foi modificado, e agora representa todo programa ou evento que não deu certo, que pareça chato ou desconfortável.
De acordo com historiadores brasileiros, antes da chegada dos europeus na América, aproximadamente 100 milhões de índios já viviam no continente. No Brasil, eles se dividiam em três tribos – tupi-guarani, macro-jê e caraíba – e foram os primeiros habitantes do nosso país.
Ao usarmos essa expressão, reproduzimos uma ação preconceituosa e cheia de estereótipos, porque pressupomos que aquilo que vem da nossa cultura é superior à cultura de outros povos.
A cultura indígena, principalmente no Brasil, é extremamente rica, com diversas crenças, religiões, costumes, conhecimento e habilidades.
É preciso mais cuidado na hora de repetir frases já fixadas em nosso vocabulário. Respeitar o povo indígena é respeitar a humanidade, nosso passado e nosso futuro.
Abridor de Latas Comunicação Sindical
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